DIVERSIFICAÇÃO E VIESES COMPORTAMENTAIS
No Mercado Financeiro, falamos constantemente sobre diversificação.
Como ensina o Economista Harry Max Markowitz, Nobel de Economia em 1990, a diversificação permite criar uma carteira, cujo risco, seja menor do que os riscos dos ativos em sua composição.
Portanto, diversificando em ativos descorrelacionados, é possível reduzir riscos e manter o retorno.
Quais ativos irão crescer nos próximos 2, 3, 5 anos? Não sabemos!
No curto prazo, o máximo que podemos prever é o aumento da Taxa Selic.
Veja o exemplo de uma carteira diversificada, em vários ativos: Juros, dólar, inflação, bolsa brasileira, bolsa americana e ouro.
Observando a figura acima, verificamos que, mesmo em 2020, um período tenso é muito volátil, a carteira obteve um retorno satisfatório. Perceba que observando os últimos 4 anos, mesmo que neste período tenha havido diversos problemas no Brasil, mesmo assim, a carteira obteve um desempenho satisfatório, considerando a sua volatilidade (desvio padrão) de aproximadamente 7% ao ano.
Principais equívocos:
Em alguns momentos, um ativo pode perder 30% em um mês e caímos no desespero e resgatamos este ativo, realizando uma perda desnecessária, antes de entendermos o real motivo da queda.
Aplicamos em renda variável e olhamos o saldo da carteira diariamente, ficamos desesperados quando a carteira perde 2% no mês;
Tentamos adivinhar o comportamento do mercado;
Olhamos os ativos individualmente e não a carteira;
Analisamos o retorno em curto prazo;
Aplicamos em renda variável um recurso que poderá ser utilizado em um horizonte curto de tempo;
Aplicamos em renda variável, mesmo tendo aversão a riscos.
Vieses comportamentais:
Os vieses comportamentais são a “cloroquina” dos investimentos.
Damos importância a certas “narrativas” e opiniões totalmente descoladas dos fatos.
Exemplos de vieses comportamentais, que são atalhos mentais, conforme ensina o também Nobel de economia em 2002, o Psicólogo Daniel Kahneman em sua obra prima, “devagar e rápido”.
Investimos de acordo com a maioria, (Efeito manada);
Investimos de acordo com o histórico de cada ativo, (Heurística da representatividade);
Damos importância a ruídos e informações recentes sobre determinado ativo, (Heurística da disponibilidade);
Acreditamos na possibilidade de obter retorno acima do mercado, desafiando informações e tendências macroeconômicas; alterando a carteira constantemente, incorrendo em taxas e impostos desnecessários, (Excesso de confiança)
Acreditamos que determinado ativo tem um preço máximo ou mínimo e tomamos decisão de investimentos seguindo esta teoria, (Ancoragem)
Nos desfazemos de ativos que estão subindo, por medo que caia, e não nos desfazemos de ativos péssimos para não realizar uma perda. (Aversão a perda).
Formamos nossa opinião de acordo com o nosso youtuber preferido, mesmo sabendo que seu conhecimento é limitado, simplesmente pelo fato de compartilharmos os mesmos pensamentos. (Armadilha da confirmação).
Diversifique sua fonte de informações, veja fontes diferentes e confiáveis.
Há, todavia, algo ainda pior e que leva muitos investidores à ruína, que são as pirâmides financeiras:
Como não cair nestes golpes:
1) Verifique se a corretora que você opera está na lista de corretoras autorizadas a funcionar pelo BACEN e CVM.
https://sistemas.cvm.gov.br/asp/cvmwww/InvNRes/tabecus.asp
https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/encontreinstituicao
2) Parâmetro de investimento seguro é a taxa Selic. Qualquer investimento cujo retorno supere este percentual, há riscos;
3) Observe o ativo que você está aplicando, ainda que o intermediador seja conhecido;
4)Observem este Homem, Warren Buffett é um dos investidores mais fenomenais do mundo, com fortuna estimada em 90 bilhões de dólares. O retorno dele é de aproximadamente 1,5% ao mês. Pense nisso antes de acreditar em promessas de retorno entre 5, 10% ao mês.
Aparecido Conceição, CFP®